domingo, 27 de novembro de 2011

Por MOTTA, Mara Luísa Alvim em Experiências de Coleta Seletiva



COMO FUNCIONA?

O modelo de Coleta Seletiva do Município de Belo Horizonte promove o envolvimento social por meio de estratégias de educação ambiental e mobilização social, colocando a população como agente ativo da coleta, com adesões voluntárias, ações integradas e constituições de parcerias.
Esse início ocorreu por meio de escolas, comunidades religiosas, instituições públicas, privadas e comércios centrais.
O modelo de seleção adotado foi a separação criteriosa por tipo de material: papel, plástico, vidros e metais, com a entrega voluntária em contêineres instalados em locais públicos. Esses contêineres são chamados de Locais de Entrega Voluntária (LEVs) que foram instalados ponto a ponto, em alguns bairros da cidade.
Esse sistema foi adotado por apresentar as seguintes vantagens:
·         os LEVs dão maior visibilidade à Coleta Seletiva;
·         ficam disponíveis 24h para a entrega dos recicláveis;
·         aglutinam os moradores e associações comunitárias no seu entorno, promovendo maior conscientização da comunidade;
·         o sistema não concorre com os catadores;
·         o sistema proporciona boa qualidade do material, com baixo índice de rejeitos.
A estrutura operacional do Município de Belo Horizonte para o recolhimento dos recicláveis nos LEVs (papel, metal e plástico) é composta por três caminhões adaptados com grade metálica, para o aumento da capacidade volumétrica e por um caminhão para serviços de instalação e retirada dos contêineres.
A coleta do vidro, realizada pelo Município, utiliza três caminhões basculantes adaptados com munck. Os vidros são encaminhados a uma empresa de beneficiamento situada na Capital. Nesse caso, o beneficiário da coleta é a Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte.
Há, também, entrega voluntária dos recicláveis diretamente no galpão de triagem. Normalmente, são empresas geradoras de uma grande quantidade de materiais recicláveis que já implantaram Coleta Seletiva em suas unidades e optaram pela parceria com a Asmare, sensibilizadas pelos benefícios sociais de geração de trabalho e renda.
Muito embora pareça que esse tipo de sistema de Coleta Seletiva funcione, a coleta de matérias recicláveis é um fenômeno típico dos países em desenvolvimento, variando de cidade para cidade em intensidade e complexidade, porém possuindo características comuns:
·         péssimas condições de trabalho;
·         falta de apoio do poder público;
·         desprezo da população.
Em Belo Horizonte, os catadores foram conquistando gradativamente seu reconhecimento por um processo permanente de capacitação técnica. O convênio firmado entre a Asmare, o Município de Belo Horizonte e a Mitra Arquidiocesana instituiu o repasse de recursos do Município para o pagamento de despesas administrativas, fretes, vales-transportes e uniformes para os catadores de papel.
Dessa forma, a Asmare é o beneficiário prioritário do projeto da Coleta Seletiva, recebendo a doação dos recicláveis: papéis, metais e plásticos. Mas a Coleta Seletiva nos LEVs é responsável apenas por uma pequena parte de toda a produção da Asmare. Cerca de 70% do material produzido mensalmente é proveniente da coleta realizada pelos próprios catadores na área central da cidade.


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